segunda-feira, 2 de julho de 2012

Oi, você tem namorado?

Acabou de acontecer comigo aqui no IFG. Tô sentada com o notebook no colo abrindo uns sites e blogs quando do nada chega uma menina:


- Oi. Você tem namorado.
- Não.
- É que tem uma amiga minha querendo te conhecer.
- ...  [o.O]
- É que tem uma amiga minha muito interessada em você. Você acha que tem alguma chance?
           Eu devia estar com uma expressão muito do tipo "o quê que ta acontecendo aqui?"
- Não.
- A ta.
          A menina vira e vai embora. E na mesma hora eu venho deixar registrado. Achei engraçado. Acho que vale lembrar disso depois.



Livros e Crônicas

Na semana passada terminei de ler o livro Mentes Perigosas da Ana Beatriz Barbosa Silva que peguei emprestado com a Tátia. Além desse eu tinha mais quatro livros esperando para ser lidos. Na mesma madrugada que terminei a leitura do Mentes Perigosas começei a ler o Feliz por nada da Martha Medeiros.  Esse é um livro de crônicas. Sou fã da Martha e costumo achar muito bom tudo que ela escreve. Pelo menos tudo que li até hoje.

Vim escrever aqui hoje exatamente pra compartilhar uma das crônicas desse livro. Ela tem várias crônicas muito boas que dão vontade de compartilhar, de deixar aqui registrado. Mas essa especialmente, pelo meu momento de busca espiritual e principalmente por quando ela fala da música. Genial!

No último sábado fiquei surpresa ao ver a Martha Medeiros no TV Xuxa. Ela foi ao programa pra participar de uma homenagem a Cissa Guimarães. Homenagem linda aliás. A Cissa montou um espetáculo baseado no livro da Martha chamado Doidas e Santas, livro que foi o primeiro dela que eu li e me fisgou de vez. Quero muito ir assistir a peça semana que vem. Vou viajar com a família pra Buzios e devo passar um fim de semana no Rio. Se tudo der certo eu vou assistir.
Até lá fico com as crônicas mesmo. Até mais.


"Quando Deus aparece
Tenho amigas de fé. Muitas. Uma delas, que é como uma irmã, me escreveu um e-mail poético, dia desses. Ela comentava sobre o recital que assistiu do pianista Nelson Freire, recentemente. Tomada pela comoção durante o espetáculo, ela finalizou o e-mail assim: “Nessas horas Deus aparece”.
Fiquei com essa frase retumbando na minha cabeça. De fato, Deus não está em promoção, se exibindo por aí. Ele escolhe, dentro do mais rigoroso critério, os momentos de aparecer pra gente. Não sendo visível aos olhos, ele dá preferência à sensibilidade como via de acesso a nós. Eu não sou uma católica praticante e ritualística – não vou à missa. Mas valorizo essas aparições como se fosse a chegada de uma visita ilustre, que me dá sossego à alma.
Quando Deus aparece pra você?
Pra mim, ele aparece sempre através da música, e nem precisa ser um Nelson Freire. Pode ser uma música popular, pode ser algo que toque no rádio, mas que me chega no momento exato em que preciso estar reconciliada comigo mesma. De forma inesperada, a música me transcende.
Deus me aparece nos livros, em parágrafos que não acredito que possam ter sido escritos por um ser mundano: foram escritos por um ser mais que humano.
Deus me aparece – muito! – quando estou em frente ao mar. Tivemos um papo longo, cerca de um mês atrás, quando havia somente as ondas entre mim e ele. A gente se entende em meio ao azul, que seria a cor de Deus, se ele tivesse uma.
Deus me aparece – e não considere isso uma heresia – na hora do sexo, quando feito com quem se ama. É completamente diferente do sexo casual, do sexo como válvula de escape. Diferente, preste atenção. Não quer dizer que qualquer sexo não seja bom.
Nesse exato instante em que escrevo, estou escutando “My Sweet Lord” cantado não pelo George Harrison (que Deus o tenha), mas por Billy Preston (que Deus o tenha, também) e posso assegurar: a letra é um animado bate-papo com ele, ritmado pelo rock’n’roll. Aleluia.
Deus aparece quando choro. Quando a fragilidade é tanta que parece que não vou conseguir me reerguer. Quando uma amiga me liga de um país distante e demonstra estar mais perto do que o vizinho do andar de cima. Deus aparece no sorriso do meu sobrinho e no abraço espontâneo das minhas filhas. E nas preocupações da minha mãe, que mãe é sempre um atestado da presença desse cara.
E quando eu o chamo de cara e ele não se aborrece, aí tenho certeza de que ele está mesmo comigo."

3 de agosto de 2008
[Martha Medeiros]