quarta-feira, 30 de novembro de 2011

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

"Sou apaixonado por abraços..."

"Sou apaixonado por abraços. Não resisto a segurança de abraços fortes, sinceros que me envolvem e sinto como se um choque de esperança me fizesse ver as coisas de outra maneira. Então, poupe-se de procurar palavras pra me agradar, de algo que me faça sorrir e me sentir melhor… Apenas me abrace, e me segure bem forte!"

[Caio Fernando Abreu]

Isso. Sem mais.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

"só quero que ele seja feliz"

"Acho que era amor, sabe Zé? Porque apesar de tudo, mesmo depois dele pisar e me destruir, eu só desejo flores na vida dele. Eu… - sussurrou como se falasse consigo mesma - só quero que ele seja feliz. E que de alguma forma, eu permaneça na memória dele."

[Bernadete Guedes]


Eu não esqueci ele. E não quero esquecer. Da mesma maneira que espero que ele não me esqueça. Guardado na memória e no coração, sempre.

sábado, 12 de novembro de 2011

Duas letras

Duas letras, uma palavra.
Coisa simples, de significado fácil.
"OK".

Várias e várias vezes ouvi isso na vida e nunca antes um "ok" mecheu tanto comigo. No último domingo, 6 de novembro, a noite, despedindo daquela pessoa que eu gosto tanto e expressando que gostei de vê-la novamente, recebo um simples "ok" como resposta. Gostaria de ter ouvido outra coisa, ter outro contato, ou talvez fosse melhor não ter ouvido nada. Mas, um "OK"?!? Apenas um "OK"?? Não por ser simples, não por ser fácil, mas me afetou tanto assim por trazer a tona, por colocar em prática, aos olhos de quem quiser ver, aquilo que eu não queria que acontecesse. Ou talvez que eu não queria enchergar. Apenas um "OK" me trás a confirmação que eu não queria ter. E isso é o bastante pra acabar com o dia, pra trazer lágrimas aos olhos, pra passar a noite pensando naquele monte de coisas que não vão me levar a lugar nenhum, mas que não consigo parar de pensar.

Já perdi a conta, ou, pra falar a verdade, nunca contei quantos oks ouvi e recebi na vida. Mas esse chegou e marcou. Como que duas letras, apenas duas letras, podem mudar as coisas assim.
Não são três. Não é um 'sim' após aquele pedido especial, não é um 'não' que te deixa longe daquilo que você mais quer. É menos que isso, é menor; são só duas letras e que me afetaram mais que sins e nãos de boa parte da vida.

Talvez pensasse que um 'ok' fosse passar despercebido. Que o 'ok' seria o bastante. Que assim não estaria mentindo pra si mesma e nem desagradando a outra parte.
Se foi isso mesmo, engano seu. Não passou despercebido e ta passando como filme em loop direto na minha mente toda vez que lembro e penso nisso, em você.
Não quero ver as coisas dessa maneira. Não quero. Não quero ver diferença, fim, mudança pra pior. Se for pra ser diferente, pra mudar que seja pra ficar mais agradável, melhor. Assim eu não quero.
Mas o "eu não quero" é problema meu, certo? Ninguém ta nem aí pro meu querer ou não. E, pelo menos agora, parece que nem você. Se você quer que seja assim, assim vai ser porque você vai agir desse jeito. E eu? Vou continuar fazendo o que eu sei fazer: tendo esperança e fé de que vai passar, vai mudar, vai ficar bom de novo e fazendo o possível pra que mude agora, o mais rápido possível. Mas, o que eu espero e quero "que se foda". Certo?

Exagerado, dramático, "viajado", irreal. Desculpa, eu sou assim.



quinta-feira, 10 de novembro de 2011

"Tenho mil perguntas pra fazer..."

"Tenho vontade de encher parágrafos e mais parágrafos com pontos de interrogação. É tudo o que eu penso em escrever. Tenho mil perguntas para fazer e parece que quanto mais respostas, mais dúvidas surgem. Quanto mais me conheço, menos sei o que fazer de mim. Quero explodir, mas me contenho, quero me impor, mas me escondo, quero gostar, mas racionalizo. Onde vou chegar se não me soltar? Tenho medo de ficar presa nessas linhas."

[Verônica Heiss]

Tão eu.
Encontrei no tumblr e resolvi posta aqui. Mais um pra registro.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

"Pra não pensar na falta..."

"Pra não pensar na falta, eu me encho de coisas por aí. Me encho de amigos, bares, charmes, possibilidades, livros, músicas, descobertas solitárias e momentos introspectivos andando ao Sol. E todo esse resto de coisas deixa ao pouco de ser resto… E passa a ser a minha vida."

[Tati Bernadi]


Mas nem isso tudo tem me feito parar de pensar na falta. E ja faz mais de um ano.
=(

terça-feira, 25 de outubro de 2011

"Os meus sonhos estão todos na UTI"

Tô de luto. E é luto antecipado.
Espero estar errada, que isso seja só uma fase, um momento. Mas, pelo andamento das coisas, tô acreditando que a minha banda vai acabar. Meu sonho de alguns anos parece estar chegando ao fim.
Tô até começando a tentar planejar novas coisas. Coisas que antes eu não podia por acreditar fielmente nesse sonho chamado Fantoches Anônimos. Como por exemplo um intercãmbio. É uma coisa que sempre tive vontade, mas não pensava em viabilizar por conta da banda. Agora, se as coisas seguirem do jeito que estão, vai dar pra fazer. Melhor eu rever minhas prioridades e quem sabe colocar esses outros planos a frente.
Mas, que tá difícil tá, viu. É a 'morte' de uma parte (bonita, muito bonita) da minha vida, a morte de um sonho.



Lembrei dO Teatro Mágico: "Os meus sonhos estão todos na UTI"
E estão mesmo. Só me resta ter esperança de que eles se reabilitem.
Fica então o poema Vigília e a música Não há de ser nada, que agora, mais que nunca, faz todo sentido pra mim.


"Milagre, milagre!
O milagre que eu esperei nunca me aconteceu,
Mas não ha de ser nada, pois eu sei que a madrugada acaba quando a lua se põe.
Os meus sonhos estão todos na UTI
Esperanças já não há,
Os milagres estão todos em coma.
E eu?
Eu sigo só, só me resta esperar
Faço vigílias todas as noites, do quintal da minha casa.
Eu dou conta de todas as estrelas
Certa vez eu dei falta de uma delas
Cade a porra da estrela que estava ali?
Há, é uma estrela cadente
Ela é cadente... a estrela.
Eu tive cinco,
Eu tive cinco segundos para fazer a minha prece e fiz, e fiz, e fiz.
Enquanto estava de olhos fechados
Enquanto estava de olhos fechados
Eu imaginava os meus sonhos acordando,
Eu imaginava a esperanca batendo na porta da minha casa
Enquanto eu estava de olhos fechados a estrela caia
Perdeu a sua luz no fundo do mar
E eu? Eu sigo, so?
Só me resta esperar
Eu faço vigílias todos os dias, do telhado da minha casa.
Eu dou conta de todas as ondas
Eu torço para que uma delas saia do lugar
Para que eu possa ver brilho de luz no fundo do mar
Brilho de luz no fundo do mar
Estrela a brilhar, sonhos a sorrir, milagres acontecendo
Esperança de pé.
Mas não,
Mas não há de ser nada...
Pois sei que a madrugada acaba quando a lua se põe
A estrela que escolhi não cumpriu com meu pedido
Pois caiu no mar e se apagou.
Se souber nadar ... faz o favor ...
O milagre que eu esperei nunca....
Quem sabe sé você para trazer o que já é meu.
"

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

"... um amontoado de traumas."

Tratar o outro como uma pilha de cristais finos. Pois o ser humano é um amontoado de traumas. E cada um desses traumas merece atenção e tato, quase tratamento especial. Daí se faz a intimidade máxima: um conhece os problemas emocionais do outro, muito mais do que as suas mães ou os seus analistas jamais conheceram.

[Fernanda Young]


Poucas vezes li coisas da Fernanda Young. E nessas poucas vezes gostei bastante do que li. Concordei bastante, exatamente como nessa citação ai em cima.
O ser humano é assim mesmo. Aprendi isso de verdade depois que comecei a ter matérias de psicologia.
Deu vontade de procurar mais do que ela escreve. Quem sabe um dia.

Boa noite!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Estar sozinha...

Mas seus olhos não mentem o cansaço da espera e a tristeza de estar solta, e você fica feia. É ter a sensação de que ninguém te olha, pelo menos não como você gostaria de ser olhada. Estar sozinha é estar solta e, no entanto, é estar amarrada ao chão porque nada te faz flutuar, sonhar, divagar. Estar sozinho, ou estar sozinha, pode acontecer com qualquer um. E você torce para que aconteça com a sua melhor amiga, ou com aquele homem que você gostaria de experimentar como uma pílula para a sua solidão. Estar sozinha é não suportar ouvir a palavra solidão porque ela faz sentido. E o sentido dela dói demais. Estar sozinho é ter uma risada nervosa, de quem segura um grito e um choro enquanto ri. Um riso falso para se convencer de que é possível ficar sozinho sem ficar deprimido […] É conferir a caixa de e-mails com uma freqüência que beira a compulsão. É chorar do nada. É acordar do nada.

[Tati Bernadi]


É, ta complicado.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

"Você precisa encontrar o que você ama"

Às vezes a vida te bate com um tijolo na cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me fez continuar foi que eu amava o que eu fazia. Você precisa encontrar o que você ama. E isso vale para o seu trabalho e para seus amores.Seu trabalho irá tomar uma grande parte da sua vida e o único meio de ficar satisfeito é fazer o que você acredita ser um grande trabalho. E o único meio de se fazer um grande trabalho é amando o que você faz. Caso você ainda não tenha encontrado (o que gosta de fazer), continue procurando. Não pare. Do mesmo modo como todos os problemas do coração, você saberá quando encontrar. E, como em qualquer relacionamento longo, só fica melhor e melhor ao longo dos anos. Por isso, continue procurando até encontrar, não pare.

[Steve Jobs]

Leia, Ouça. Aprenda. É assim que se faz garota!

sábado, 15 de outubro de 2011

Ah aquele abraço!

Você virou parâmetro de comparação. Você virou o cara com quem eu comparo todos os outros. Com quem eu gostaria que todos se parecessem. Eu só olho pros outros caras procurando um cabelo tão lindo quanto o seu. Umas costas tão fortes quanto as suas. Um sorriso tão sincero nos olhos. Mas ninguém conseguiu essa façanha. Ninguém tem a sua boca fofa, a sua pele macia, o seu abraço quente. Ninguém é você e ninguém me basta tanto quanto você. Ninguém tem o seu jeito de me olhar. De falar meu nome. Ninguém tem esse cheiro. Ninguém me faz rir como você. Ninguém nunca me viu chorar com a alma tão aberta, com a cara tão pálida e o coração tão pequeno. Não consigo ser tão eu como quando estou com você.

[Brena Braz]


Mais um texto encontrado no Tumblr. Não preciso falar mais nada, né? É bem assim mesmo, ainda mais porque ela lembrou do abraço quente. Ah aquele abraço!



sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Leva a saudade junto com você

"Uma saudade dos mil anos que passamos, ou das três semanas."
[Tati Bernadi]


É Tati, ainda mais em outubro. Ai sim bate aqueeela saudade. E que saudade!
Ta fazendo um ano. Dois anos.

Ê Outubro! Vê se passa, se acaba. E acaba logo pra ver se leva a saudade junto com você.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Sensação

Sabe aquela sensação de estar perdendo? Perdendo alguém? E alguém que é muito importante na sua vida? Alguém que ja te ensinou muita coisa e passou bastante tempo junto de você?

(engraçado... já tinha horas que não chovia e foi só começar a escrever esse texto aqui que a chuva volta e com força. Coincidência??)

Pois é. A sensação é essa. E ai? O que fazer agora? Deixa rolar, ver no que vai dar ou procura saber o que ta acontecendo com o alguém? E se eu procurar, tô preparada pra ouvir a resposta?


Dizem que é fase, que passa.
Sendo assim espero que passe, e logo.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

"É impossível ser feliz sozinho"

Estou estudando pra uma prova de Políticas Educacionais que tenho amanhã de manhã. Pra variar deixei pra última hora.
Lendo textos sobre estado, política encontro vários trechos que podem ser levados para a vida pessoal além de escolar e política.
O texto que estou lendo, chamado Tudo começou com Maquiavel escrito pelo Luciano Gruppi, trás o conceito marxista que diz que "o homem é um ser social e só torna-se homem na medida em que vive e trabalha em sociedade; de outra forma seria um animal, um bruto".

O homem só é homem na relação com outro homem, na vida em sociedade. E, além de precisar dos outros pra SER, o ser humano precisa dos outros para viver, viver bem e feliz.

Ao ler lembrei de Tom Jobim que canta há tempos que "é impossível ser feliz sozinho".
:)

sábado, 24 de setembro de 2011

Deixa.

E esse sofrimento que ninguém da jeito? Esse choro que não para? Esse vazio que...

ah, deixa quieto.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Arrepio

"Arrepio é uma função corporal humana em resposta ao frio. Quando a temperatura interna do corpo diminui, o reflexo de arrepio é disparado."
Fonte: Wikipédia

Últimamente tenho reparado que arrepio com mais frequência do que sempre. Nunca fui de muitos arrepios, mas últimamente tenho arrepiado com certa facilidade. Basta um ventinho, alguns minutos no sereno, ou nem isso.

"Quando a temperatura interna do corpo diminui, o reflexo do arrepio é disparado".
É. Então tô fria. Gelada. Cada dia mais. De pedra.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Desvario

     Por quê?
     Me explica pra quê tanta contradição? Alguém me explica??
     São tantas dúvidas, tantas questões.
     Céu? Inferno? Vida após a morte? Ressureição? Reencarnação? Espírito? Evolução da alma? Aurea? Anjos? Astrologia? Numerologia? Mistérios? Vida em outros planetas? "Destino traçado na maternidade"? "Sua vida é você quem faz"? "Você faz suas escolhas, suas escolhas fazem você"? Teoria das cordas? Teoria do Caos? Planos? Sonhos? Projetos? Amizade? Amor? Vida?
     Nada? Nada.
     Ser extremista? Ou o meio termo?? Optar pelo equilibrio? Ter um posicionamento? Tem gente que não gosta do morno. "Venha quente ou venha frio, mas morno não." É assim mesmo?

     O que é? Pra quê serve? Com quem andas? Como faz? Por quê?
     No que acreditar? Em quem acreditar Deus?!
     Deus??

     Tem gente com aquele papo de viver intensamente tanto os bons quanto os mals momentos da vida. Há quem diga que tristeza deve passar logo. Isso é sério?
     Viver a tristeza plenamente ou sair logo em busca pela alegria, a felicidade?

     Afinal o que é felicidade?

      Fazer o bem sem olhar a quem? Não esperar atitudes, afetos, atenção?

      Reciprocidade?? O problema é seu garota! E não de quem dá (ou não) o que você espera.


     Você era tão alegre, sorridente. Graciosa até. Gostava tanto de fazer as pessoas rirem e se esforçava pra isso. Você não precisava de muita coisa pra se alegrar. Parecia completa. Pouca coisa te bastava.
     Você fazia planos, sonhava, tinha programações para um final de semana. E quando não tinha, inventava. Se inventava e reinventava. Sabia quem era, o que queria ser e já tinha um caminho.
     E agora, o que sobrou?



     E você, que se achava tão cheia de amigos, de gente pra coversar, se vê passando horas calada. Não por falta de vontade, por falta de assunto, mas por falta de compania, de interlocutor.
     Falta interlocutor?
     50 contatos online, 437 'amigos', 456 seguidores, 165 contatos telefônicos e ninguém ao seu lado. Em quem você confia?
     Você que na maioria das vezes quer passar desapercebida, ser quem menos atrapalha, se vê querendo chamar a atenção.

     Você que não se via escrevendo, fazendo textos de desabafos, agora está aqui chorando em cima do computador enquanto tenta fazer palavras terem mais sentido que sua vida.
     Porquê, agora, nada faz sentido. Muito menos essas palavras.

domingo, 18 de setembro de 2011

"Sometimes I swear it feels like this worry is my only friend"

"Preto no branco.
Cresci acreditando que minha mãe tinha respostas pra tudo.
Queria que ela tivesse uma boa resposta que justificasse o que eu tô sentindo hoje.
Só queria que ela me falasse que tudo vai ficar bem.
Queria que ela pudesse me explicar o mundo.
Porque eu realmente não entendo nada.
Mas olhando pra ela hoje acho que ela precisa de ajuda tanto quanto eu.
Às vezes eu me pergunto se Deus está tentando me dizer alguma coisa, e se fosse o caso, o que está tentando me dizer.
O que vou fazer da minha vida? Quem sou agora?
Talvez se as pessoas não pudessem se aproximar de mim, não poderiam me magoar tanto.
Tenho sofrido tanto. Uma dor excruciante.
O que é pior: perder tudo que se tem ou nunca ter tido nada?
Acho que a maioria das pessoas pensa que é pior perder algo.
Contudo, acho que não ter nada é assustador, por que não importa o quanto se esforce
pra conquistar o que quer você sempre vai se sentir vulnerável ao que ainda não está preenchido.
Por um longo tempo nesses ultimos anos, parece que tenho estado disposta a ser qualquer pessoa, exceto eu mesma.
Eu perdi tudo que eu pensava fazer parte de mim.
Quem sou eu? O que eu realmente gosto? Não faço a menor idéia.
Não ter consciência de sua infelicidade não significa necessariamente que se é feliz.
Embora eu não faça a menor idéia do que me espera, e mesmo, saiba pouquíssimo a respeito de qualquer coisa, sei que essa situação me fortaleceu.
Essa com certeza será a maior das minhas reinvenções.
A vida é assim mesmo: cheia de estrelas e meteoros.
Às vezes a vida simplismente não é justa. Mas e daí? É preciso seguir.
E quando eu acredito que não tenho mais forças pra acreditar e ter fé, eu me reinvento.
As pessoas pensam que sabem o que querem, mas quando encontram isso, percebem que, na verdade, querem um pouco mais.
Tenho aprendido que se pode amar muito alguém e ainda assim fracassar.
Vencer ou perder está ligado a algo além de nosso controle.
Tenho meus receios.
As pessoas às vezes acreditam que tenho valores morais muito elevados, mas o que não percebem é que eu tenho um limiar mto baixo pra dor.
Simples assim. Eu vou me importar com cada detalhe. Eu não vou me esquecer. Vai ficar marcado que nem tatuagem na minha pele.
E eu vou me pegar pensando em tudo que aconteceu. E vai doer várias noites.
A gente sempre sente que vai se dar mal, só não sabe quando.
Às vezes penso que a gente mal se conhece. Às vezes penso isso mesmo quando as coisas estão calmas.
E me ressinto por isso.
Tenho esperado tudo desmoronar como quem espera pela chegada de uma encomenda.
Só peço que, nesse momento, eu tenha forças pra me reinventar.
"



[Mariana Cândido]




Texto perfeito pro momento. Sem mais.

sábado, 17 de setembro de 2011

"É só o que eu peço"

"Mesmo que a gente não fique juntos pra sempre. Mesmo que acabe semana que vem. Nunca destrua o meu carinho por você. Nunca esfrie o calorzinho que aparece dentro de mim quando você liga, sorri ou aparece no olho mágico da minha porta. Mesmo que você apareça na porta de outras mulheres depois de me deixar. Me deixe um dia, se quiser. Mas me deixe te amando. É só o que eu peço."
[Tati Bernardi]
Assim seja!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Carta

Acredito que não tem linguagem no mundo que consiga resumir um uma, duas, três ou quatro palavras tamanho sentimento que tenho por você. Ainda é preciso evoluir muito o nosso vocabulário pra conseguir traduzir isso em letras. Enquanto esse dia não chega uso essas palavras pra dizer que eu te amo muito, muito, muito mesmo. E que você é uma das pessoas mais brilhantes e especiais que encontrei nessa vida.

Espero que isso dure. Dure o tempo que tiver que durar. E que esse tempo seja o suficiente pra eternizar nossa existência, uma na vida da outra. Você já está gravada em mim. Pra sempre.

Não se perca, não deixe de brilhar, de iluminar, de reluzir nunca. Já disse e repito: você veio a esse mundo pra algo grande.

E pra terminar cito o querido Caio, que sempre será melhor que eu nessas coisas de traduzir sentimentos em palavras:
Na minha memória tão congestionada e no meu coração tão cheio de marcas e poços, você ocupa um dos lugares mais bonitos.

Eu te amo muito!
Te abraço.
Um beijo da sua amiga-irmã-fã-número-um.
Love
Love
Love



Lôlô.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Astrologia

Hoje, quarta-feira dia 14, começei um curso de astrologia.
Já faz tempo que tenho curiosidade, que faço pesquisas sobre astrologia, mas agora resolvi estudar isso pra valer. E, de início, ta sendo legal.
É muito instigante. Dá vontade de saber cada vez mais sobre isso. Coisa que, comigo, não acontece faz um bom tempo.

O curso que começei hoje chama "Astrologia  com auto conhecimento" e eu tô fazendo na Unipaz aqui de Goiânia mesmo. De cara já gostei. Professora estuda há bastante tempo astrologia, eu senti firmeza. Turma pequena, 9 matriculados e somente 4 alunas (todas mulheres, e acho que todas acima dos 50 anos) foram hoje.

Já deu pra sair de lá entendendo um pouco mais, e tendo mais convicção daquilo que eu já sabia. Agora é começar os estudos, a montar minha biblioteca pra ver se entendo mesmo e no final desse curso já dou conta de fazer algumas interpretações básicas de mapas astrais. :)

Até mais!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

"O acontecer do amor e da morte desmascaram nossa patética fragilidade."

Somos todos imortais. Teoricamente imortais, claro. Hipocritamente imortais. Porque nunca consideramos a morte como uma possibilidade cotidiana, feito perder a hora no trabalho ou cortar-se fazendo a barba, por exemplo. Na nossa cabeça, a morte não acontece como pode acontecer de eu discar um número telefônico e, ao invés de alguém atender, dar sinal de ocupado. A morte, fantasticamente, deveria ser precedida de certo ‘clima’, certa ‘preparação’. Certa ‘grandeza’. Deve ser por isso que fico (ficamos todos, acho) tão abalado quando, sem nenhuma preparação, ela acontece de repente. E então o espanto e o desamparo, a incompreensão também, invadem a suposta ordem inabalável do arrumado (e por isso mesmo ‘eterno’) cotidiano. A morte de alguém conhecido e/ou amado estupra essa precária arrumação, essa falsa eternidade. A morte e o amor. Porque o amor, como a morte, também existe – e da mesma forma, dissimulada. Por trás, inaparente. Mas tão poderoso que, da mesma forma que a morte – pois o amor também é uma espécie de morte (a morte da solidão, a morte do ego trancado, indivisível, furiosa e egoisticamente incomunicável) – nos desarma. O acontecer do amor e da morte desmascaram nossa patética fragilidade."

[Caio Fernando Abreu]


Encontrei esse texto do Caio no Tumblr hoje. Me lembrou muito minhas últimas vivências e reflexões sobre a morte.
Até mais.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Tumblr

Demorei. Demorei muito pra me render ao Tumblr, mas esse dia chegou.
Antes eu não via porque ter mais uma conta na internet, pra mais um blog, sendo que já tenho esse. Mas acabei aderindo e, confesso, estou apaixonada pelo tumblr.
A maneira de blogar mais simples e rápida. Muito fácil compartilhar as coisas por lá.

Isso não quer dizer que eu vá abandonar o blogger, esse endereço, meu diário. Só que agora o restante das atividades na internet (e-mail, facebook e até o twitter) perderam um pouco da graça. O foco da vez está no Tumblr, e parece que vai ser assim por enquanto.

Sempre que der, que der vontade, voltarei a escrever aqui. Mas agora as citações, fotos e vídeos devem ficar por lá.

Até logo.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

"Foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo"

Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa.
Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera.
Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é?
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?
A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar.
Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.
A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente.
Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.


[Caio Fernando Abreu]

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Palavras

Palavras. Lindas palavras. Palavras são lindas.
Mas, e ações? Cadê?

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

"Algo que eu não quero perder jamais"

É incrível a capacidade que você tem de conseguir me arrancar uma lágrima ou uma risada num período tão curto de tempo. Eu começo a chorar de saudades e logo em seguida sorrio quando você diz que também sente minha falta… Tão sincero e tão profundo esse nosso momento que na hora se torna algo superficial visível aos olhares. Eu falo sobre a troca desses nossos olhares, olhares em silêncio, só ouvindo suspiros e intenções quietas cheias de boa vontade querendo repartir o amor que vêm de um para o outro. Algo que eu não quero perder jamais.

Não sei de quem é a autoria. Encontrei em um Tumblr que estava lendo agora. A primeira frase já me ganhou. Tem pessoas que são assim pra mim, tem uma capacidade incrível de me afetar, mudar meu humor.

Hoje foi um dia em que 'encontrei' uma dessas pessoas. Nos últimos dias foram poucos os momentos alegres, mas hoje tive um desses momentos. A Iasmin apareceu online no MSN hoje a tarde e veio conversar comigo. Já tinha taaaanto tempo que não conversávamos, que não tinha notícias dela. Conversar com a Miin, saber como ela está, atualizar os contatos, ver fotos. Tudo isso de surpresa assim me fez um bem danado. Voltei a sorrir de verdade, pelo menos por um tempo.

A Iasmin é uma das pessoas que faz isso. Agni, Renata, Raul, o Meu Pai e Minha Irmã são mais alguns dentre outros que lembro agora. Pessoas lindas, cada uma a sua maneira, que geralmente me alegram, as vezes me entristecem e estão sempre me emocionando de alguma maneira. Alguns deles nem sabem disso eu acho. E essas emoções, esses sentimentos, essas pessoas são "algo que eu não quero perder jamais"!

Nobody knows


"É mais corajoso quem não tem medo de voar pelo mundo ou quem aguenta ficar dentro de si?"

[Tati Bernadi]
Boa pergunta Tati. Boa pergunta.


Mais uma vez essa música.
Cause nobody knows. Nobody.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

"O problema é que não temos as respostas pra todas as nossas perguntas, é que sempre queremos saber demais."

[Caio Fernando Abreu]


É. É muita pergunta pra pouca resposta. E nesse meio tempo eu vou pirando, perdendo o sono, o humor.
Será que é querer saber demais?

Espero conseguir dormir hoje.
Boa noite!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Quando setembro vier


"De tão azul, o céu parecerá pintado. E nós embarcaremos logo rumo à ilhas Cíclades.
Houvesse cortinas no quarto, elas tremulariam com a brisa entrando pelas janelas abertas, de manhã bem cedo. Acordei sem a menor dificuldade, espiei a rua em silêncio, muito limpa, as azaléias vermelhas e brancas todas floridas. Parecia que alguém tinha recém pintado o céu, de tão azul. Respirei fundo. O ar puro da cidade lavava meus pulmões por dentro. Setembro estava chegando enfim.
Na sala, encontrei a mesa posta para o café — leite e pão frescos, mamão, suco de laranja, o jornal ao lado. Comi bem devagarinho, lendo as notícias do dia. Tudo estava em paz, no Nordeste, no Oriente Médio, nas Américas Central, do Norte e do Sul. Na página policial, um debate sobre a espantosa diminuição da criminalidade. Comi, li, fumei tão devagarinho que mal percebi que estava atrasado para o trabalho. Achei prudente ligar, avisando que iria demorar um pouco.
A linha não estava ocupada. Quando o chefe atendeu, comecei a contar uma história meio longa demais, confusa demais. Só quando ele repetiu calma, calma, pela terceira vez, foi que parei de falar. Então ele disse que tinha acabado de sair de uma reunião com os patrões: tinham decidido que meu trabalho era tão bom, mas tão bom que, a partir daquele dia, eu nem precisava mais ir lá. Bastava passar todo fim de mês, para receber o salário que havia sido triplicado.
Desliguei um pouco tonto. Então, podia voltar a meu livro? Discreta e silenciosa como sempre, a empregada tinha tirado a mesa. No centro dela, agora, sobre uma toalha de renda branca, havia rosas cor de chá, aquelas que Oxum mais gosta. No escritório, abri as gavetas e apanhei a pilha de originais de três anos, manchados de café, de vinho, de tinta e umas gotas escuras que pareciam sangue. Reli rapidamente. E a chave que faltava, há tanto tempo, finalmente pintou. Coloquei papel na máquina, comecei a escrever iluminado, possuído a um só tempo por Kafka, Fitzgerald, Clarice e Fante. Não, Pedro não tinha ido embora, nem Dulce partido, nem Eliana enlouquecido. As terras de Calmaritá realmente existiam: para chegar lá, bastava tomar a estrada e seguir em frente.
Escrevi horas. Sem sentir, cheio de prazer. Quando pensava em parar, o telefone tocou. Então uma voz que eu não ouvia há muito tempo, tanto tempo que quase não a reconheci (mas como poderia esquecê-la?), uma voz amorosa falou meu nome, uma voz quente repetiu que sentia uma saudade enorme, uma falta insuportável, e que queria voltar, pediu, para irmos às ilhas gregas como tínhamos combinado naquela noite. Se podia voltar, insistiu, para sermos felizes juntos. Eu disse que sim, claro que sim, muitas vezes que sim, e aquela voz repetiu e repetia que me queria desta vez ainda mais, de um jeito melhor e para sempre agora. Os passaportes estavam prontos, nos encontraríamos no aeroporto: São Paulo/Roma/Atenas, depois Poros, Tinos, Delos, Patmos, Cíclades. Leve seu livro, disse. Não esqueça suas partituras, falei. Olhei em volta, a empregada tinha colocado para tocar A sagração da primavera, minha mala estava feita. Peguei os originais, a gabardine, o chapéu e a mala. Então desci para a limusine que me esperava e embarquei rumo a.
PS — Andaram falando que minhas crônicas estavam tristes demais. Aí escrevi esta, pra variar um pouco. Pois como já dizia Cecília/Mia Farrow em A cor púrpura do Cairo: “Encontrei o amor. Ele não é real, mas que se há de fazer? Agente não pode ter tudo na vida...” Fred e Ginger dançam vertiginosamente. Começo a sorrir, quase imperceptível. Axé. E The End.
"

[Caio Fernando Abreu]

E que chegue setembro e seus bons ventos!

Bateu

Bateu a insônia. Bateram os pensamentos, os questionamentos, as hipóteses, as dúvidas.
E o que fazer hora dessa? Não gosto nem de pensar na idéia de incomodar outra pessoa, por mais amiga que seja. Mas hoje, juro que se tivesse crédito teria feito uma dessas ligações da madrugada. Dessas pra não ser atendida e se arrepender de ter ligado.
Porque ta complicado pensar desse tanto, e o raciocínio seguindo pro 'lado ruim' da história.

Como fazer pra dormir? E como parar de chorar? Cadê o sono que não vem??

É crise. Bateu.

Garota boba

Dois pequenos trechos do texto “Muito e porra nenhuma” da Tati.

Você sabe tanto que tem preguiça. Eu percebi que minha ansiedade é a típica da garota boba que leu nove livros, sabe de sete músicas, viu quatro filmes, conhece dois lugares e acha que ainda ama um homem. Quem sabe mesmo, nem começa a dizer. É tanto que dá preguiça.

Você faz com você o que faz com todos os livros. Para na metade.”

[Tati Bernadi]


E eu com aquela sensação de que tô fazendo tudo errado. Tudo. "garota boba que leu nove livros, sabe sete músicas..."


Boa noite!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

"Pessoas que somem não são confiáveis"

"Olha, desculpa minha sinceridade, mas a vida é muito curta para ficar aguardando pelos outros. Se quem você aguarda realmente se importasse com você, já teria dado algum sinal de vida. A verdade é que, enquanto você estiver assim, nessa interminável agonia, esperando notícias que nunca chegam, vai deixar passar várias possibilidades interessantes ao seu redor. Claro, ninguém se compara a quem você aguarda, mas quem você aguarda não está disponível no momento. Poderá, inclusive, nunca estar, apesar de tudo o que foi dito naquele dia. Pessoas que somem não são confiáveis."

[Fernanda Young]


Boa noite!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Sempre gostei de telefone. E já tinha muuuito tempo que não ficava tanto tempo em uma chamada.
Hoje a noite fiquei conversando pouco mais de uma hora com o João Pedro no celular. Gostei de voltar a falar no telefone assim sem pressa, sem preocuáção com créditos, falando 'o que der na telha' com um amigo e dando risadas.
Bons tempos em que isso acontecia diariamente. Longas chamadas, horas no telefone contando da própria vida, da vida do outro, rindo e conhecendo cada vez mais os amigos.

Que dias e ligações como esses voltem a acontecer!

Boa noite!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

"Tô sabendo, é crise"

Lendo uns trechos do livro Cartas do Caio Fernando, que eu separei enquanto lia, encontrei esse aqui:

"Uma sensação de abandono, de solidão sem remédio — conhece o texto? —, de velhice chegando & eu chegando ao fim, sem ninguém nem nada além de ilusões já tão esfarrapadinhas. Velha! Você está uma velha, velha velha! Tô sabendo, é crise"

[Caio Fernando Abreu]


Perfeito pro meu momento.
Boa tarde!

"Não passou"

"Não passam as dores, também não passam as alegrias. Tudo o que nos fez feliz ou infeliz serve pra montar o quebra-cabeça da nossa vida, um quebra-cabeça de cem mil peças. Aquela noite que você não conseguiu parar de chorar, aquele dia que você ficou caminhando sem saber para onde ir, aquele beijo cinematográfico que você recebeu, aquela visita surpresa que ela lhe fez, o parto do seu filho, a bronca do seu pai, a demissão injusta, o acidente que lhe deixou cicatrizes, tudo isso vai, aos pouquinhos, formando quem você é. Não há nenhuma peça que não se encaixe. Todas são aproveitáveis. Como são muitas, você pode esquecer de algumas, e a isso chamamos de ´passou´. Não passou. Está lá dentro, meio perdida, mas quando você menos esperar, ela será necessária para você completar o jogo e se enxergar por inteiro."

[Martha Medeiros]

Saiu esse trecho em um aplicativo do facebook hoje. Resolvi compartilhar.
Tô sem a menor inspiração pra escrever hoje.
=\

Boa noite!

sábado, 20 de agosto de 2011

"Hoje eu acordei sem nada no estômago, sem nada no coração, sem ter para onde correr, sem colo, sem ter onde encostar, sem ter quem culpar."

[Tati Bernadi]

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Em que parte do mundo você está?

Ei você!
Você mesmo que visita o blog e mora em outro país que não é o Brasil. Eu gostaria muito de saber quem você é!

Vendo as visitações do Querido Diário eu vi que, nessa semana, tive visualizações de pessoas nos Estados Unidos, na Alemanhã, na Índia. E Nos últimos tempos pessoas de países como Holanda, França, Japão, Irã, Russia, Cingapura e Canadá visitaram esse blog.

Até onde eu saiba não conheço ninguém nesses países e fico curiosa pra saber quem são essas pessoas e como elas chegaram nesse blog que é tão pouco divulgado.
Curiosidade mesmo.
As visitações do Brasil eu imagino que são de amigos, conhecidos. Ainda encontro alguma lógica, mas essas de outros países não encontrei. E por isso hoje resolvi escrever direcionado a essas pessoas.

Se você esta lendo esse texto e mora em outro país, por favor, comenta aqui e me diz de onde você escreve e como encontrou meu blog?? :)


Há algum tempo via essas visitações e queria perguntar mas só hoje deu coragem de escrever isso.

Boa noite pra quem fica! Ou bom dia!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Mania

E essa mania de reler textos, cartas e depoimentos que escreveu hein Heloísa?
Pra quê isso? Pra quê??

Música

"As pessoas seguram uma risada quase de pena. Mas se ele nem morava aqui, mas se ele não ficou mais do que uma semana com você, mas se já faz tempo que ele se foi, sem nunca ter sido.
Então o quê? Nem eu sei.
Mas sei da minha enxaqueca que já dura uma semana. Latejando sem parar. O coração que subiu nos meus ouvidos. Gritando que sente falta e pronto.
Eu sinto falta de ligar o celular, depois do avião aterrissar, e ter uma mensagem sua dizendo que vai dar tudo certo. E sorrir mesmo estando numa fila gigantesca para o táxi, embaixo daqueles 78 graus do Rio de Janeiro. Não tem poesia nem palavra difícil e nem construção sofisticada. O amor é simples como sorrir numa droga de fila. E não se sentir mais sozinho e nem esperando e nem desesperado e nem morrendo e nem com tanto medo.
Eu sinto falta de querer fazer amigos em qualquer festa, só pra conhecer gente estranha e te contar depois. Agora, eu fico pelos cantos das festas. Voltei a achar todo mundo feio e bobo e sem nada a dizer. Porque eu acho que estava gostando mais das pessoas só porque te via em tudo. Agora as pessoas voltaram a me irritar. E eu voltei a ter que fazer muita força pra sair de casa.
Quando alguém não entende o meu amor, eu lembro daquele dia que você não queria tocar violão pra mim. Até que dedilhou reclamando que não era o seu violão. Daí tentou uma música conhecida. Tentou uma menos conhecida. Daí tocou uma sua, com a voz baixinha e olhando pro nada. E então me encarou e cantou com a voz alta. E então largou o violão, me encarou e cantou bem alto a sua dor, de pé, na minha frente, e eu achei que meu peito ia explodir. E ri achando que você ia sair correndo e dar um show na padoca da frente. E naquele momento eu pensei que poderíamos ser infinitos se fossemos música. E isso explica tudo, mas ninguém entende. Você entende. Mas cadê você?
Quando vai dando assim, tipo umas onze da noite, o horário que a gente se procurava só pra saber que dá pra terminar o dia sentindo algum conforto. Quando vai chegando esse horário, eu nem sei. É tão estranho ter algo pra fugir de tudo e, de repente, precisar principalmente fugir desse algo.
E daí se vai pra onde?
"

[Tati Bernadi]



Um texto lindo como esse nem precisa comentários. Boa noite!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

"O que ela queria?"

Dois pequenos trechos do texto "Arrasadores de playground" pra hoje.


"Queria o amor dos que podem corar e flanar e tomar milkshakes. O amor dos espertos, afinal. Queria mesmo? Não, nem isso e nem a camisolinha azul. O que ela queria? Os amigos pra boa música, bons restaurantes, bons livros e bom sexo oral."

"Assim sabia ser duas pessoas: duas pessoas que queriam ser duas e matavam o tempo com outra que também queria ser duas. O um tão inteiro que ficou duro brincando de ser quatro fantasminhas. Cada um sozinho ao lado do outro."

[Tati Bernadi]

terça-feira, 16 de agosto de 2011

"E eu? Sério. E eu?"

Já tem bastante tempo que acompanho um blog chamado Adorável Psicose. Comecei a acompanhá-lo em 2009 se não me engano. Ele é escrito pela Natália Klein, que é redatora e publicitária.

Desde que começei acompanhar o blog eu gostei da maneira que a Natália escreve. Gosto do humor dela, das comparações e da psicose.
Ano passado as histórias do blog acabaram virando uma série no canal Multishow, que teve a segunda temporada esse ano, e a terceira temporada ja está confirmada.
Uma boa pedida pra quem gosta de ler sobre relacionamentos de um ponto de vista humoristico e meio louco.
Vale muito a pena a leitura. Dica: Começe a ler o blog pelos arquivos, os primeiros textos, seguindo a ordem cronológica.

Então hoje, fica um trecho de um texto extraído do Adorável Psicose:


Vai tomar no karma!
"Só que agora eu vou dizer uma coisa que vai soar como um argumento de uma criança de cinco anos fazendo bico:
E eu?
Sério. E eu? Há tempos que eu fico feliz pelos outros. Quando é que eu vou poder ficar feliz por mim?
Posso não ser a melhor amiga ou a melhor filha do mundo. Posso não dar esmola aos desabrigados. Posso, inclusive, chegar a ofendê-los um pouco quando eles passam de pedintes a insistentes. Posso, acidentalmente, chutar crianças no shopping. Posso sentir um prazer sádico ao ver o povo queimando os pés na areia escaldante da praia de Copacabana. Posso ser horrível às vezes, especialmente pela manhã, antes de tomar café. Mas eu sou uma boa pessoa. E já estou ficando de saco cheio de nunca ser recompensada.
"

[Nathália Klein]


Boa noite!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

"Não é paranóia não. É verdade"

"Algumas vezes eu fiz muito mal para pessoas que me amaram. Não é paranóia não. É verdade. Sou tão talvez neuroticamente individualista que, quando acontece de alguém parecer aos meus olhos uma ameaça a essa individualidade, fico imediatamente cheio de espinhos - e corto relacionamentos com a maior frieza, às vezes firo, sou agressivo e tal. É preciso acabar com esse medo de ser tocado lá no fundo. Ou é preciso que alguém me toque profundamente para acabar com isso."

[Caio Fernando]

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sem retoques

Hoje de manhã acordei com uma mensagem da Renatinha. Na verdade era o twitter avisando que ela me mandou uma DM. Quando liguei o computador vi que ela me indicava um texto, que lembrou de mim com o texto.
Li, gostei, e muito! Resolvi publicar.
Lembra eu mesmo.

Ta aí:

Sem Retoques


"Durante algum tempo, me senti fora de mim. Antes que você pense que estou bêbada, sob o efeito de alucinógenos ou com algum sintoma de esquizofrenia, explico: eu não me sentia confortável com meu jeito de ser.

Acho que a gente passa boa parte da vida tentando descobrir quem é. Existe uma fase em que achamos que temos que provar algo para alguém (pode ser pai, mãe, tio, professor, amigo). Já tentei agradar outras pessoas inventando uma espécie de personagem. É chato, dá trabalho, cansa e no final do dia a gente se sente uma farsa, quase um lixo.

Já disse que gostava de futebol para um cara que era louco pelo Grêmio. E olha que eu não sei o que é impedimento (já tentaram, inutilmente, me explicar mais de cinco vezes). Já disse que ia terminar a faculdade de Direito para agradar a minha mãe (não consegui e larguei na metade) e a de Psicologia para agradar meu pai (não consegui e larguei um ano antes de me formar). Já disse tanta coisa e depois me arrependi. Já fiz tanta coisa só para gostarem de mim. Pura carência. Puro medo de não ser aceita. Puro engano. Até que chegou uma hora em que eu decidi ter um papo bem sério comigo mesma. Me chamei num cantinho e disse: escuta aqui, você está querendo enganar quem?

A gente se passa a perna constantemente. E o pior: sem a menor vergonha na cara. E fazemos de novo, de novo, de novo. Até a hora do basta. Acredito que a Hora do Basta é aquela hora em que o mundo para um segundo de girar, uma luz forte e assustadora se acende bem na nossa fuça e a gente entende o que diabos está fazendo no mundo. Porque todo mundo aqui tem uma missão. É ou não é?

Não dá para viver de aparências. Somos o que somos. Sem máscara, sem fingimentos, sem esforço. Mas isso eu só entendi depois de algum tempo. E foi aí que comecei a viver de verdade.

Quer saber quando as coisas começaram a dar certo? Quando decidi que ia viver minha vida de modo que quando eu deitasse a cabeça no travesseiro me orgulhasse a cada segundo de erro por erro, acerto por acerto, defeito por defeito, qualidade por qualidade. Sem o menor medo, sem o menor pudor e com o maior respeito não por uma imagem que criei, mas por uma essência que é natural e sem retoques.

E eu sou assim como você vê: sensível ao extremo, dramática até dizer chega, um pouco sem paciência com lerdeza, dona de um humor matinal quase azedo, com um caminhão de defeitos chatos e outros tantos incorrigíveis, mas com uma franqueza no tom da voz e no brilho do olhar. Se você não gosta do meu natural, tudo bem, é direito seu. Não vou me maquiar na tentativa de você gostar de mim.
"

[Clarissa Corrêa]

Fidelidade.

Um agosto cheio de notícias.
Todo mundo virando papai, mamãe. Cada dia mais noticias de maternidade e casamento chegando. E cada vez mais próximas de mim.




E eu, de-fi-ni-ti-va-mente, não acredito mais em fidelidade masculina! E acho que nem na feminina também.
Isso tem que deixar de ser algo importante porque, pra mim (que fique bem claro que é pra mim), fidelidade é algo que ta deixando de existir. Ta entrando em extinção.

Heeeeeloísa. E aquele papo de "ah, mas agora vai julgar todos os homens pelo histórico de um ou outro?" É. Mesmo considerando isso e não gostando de generalizações, eu continuo não acreditando. Vai ser assim mesmo, porque não é 'um ou outro', são vários.


E que venha um e me prove o contrário!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

"Feliz por nada"

Martha Medeiros é uma escritora gaúcha, uma das minhas preferidas. Já postei algumas coisas dela aqui. Hoje vim pra postar mais ainda.

Recentemente ela lançou um novo livro. Mais uma coletânea de crônicas, como ela costuma lançar a cada dois anos. Esse novo livro chamado "Feliz por nada" (ótimo título diga-se de passagem) conta com mais de 80 crônicas que foram originalmente publicadas nos jornais O Globo e Zero Hora.

Encontrei as três primeiras crônicas desse livro disponíveis na internet e resolvi publicá-las aqui.

A Martha já começa o livro, de cara, com um tema que muito me agrada: abraço. Achei a crônica incrível! Concordo muito com ela.
Na segunda crônica ela aborda outro tema universal: Deus. Ela trás, logo de cara, uma pergunta forte, reflexiva: "Quando Deus aparece pra você?" E a sua primeira resposta é "Pra mim, ele aparece sempre através da música". Música! Essa Martha Medeiros me entende, viu!! *.*
Na terceira crônica ela fala sobre gentileza, mas de uma maneira diferente. Ser gentil mas sem se arriscar.

E esse trechinho só da mais vontade de ter esse livro. Tenho a impressão de que leria essas crônicas numa tarde. Livro de leitura fácil, agradável, geralmente leve, até nos assuntos mais introspectivos e polêmicos.

Essa sou eu, cada dia mais fã da Martha Medeiros.


Faça boa leitura!

domingo, 7 de agosto de 2011

"Eu chorando com essa cara toda amassada..."

Há poucos minutos eu tava chorando. E até agora estou me perguntando o porque de chorar.
Não tem astrologia, noticia ruim ou notícia boa que dê sentido a esse choro. Não tem.
No horóscopo do período encontro "A Lua se faz crescente sugerindo algum stress emocional[...] Relaxar as emoções é absolutamente essencial neste momento!"
Relaxar?? Ta de zoação com a minha cara.

Hoje, sábado dia 06, eu recebi uma notícia chocante. Mas dessa vez um chocante positivo, bom. No fundo, no fundo, beeem no fundo é bom. Assim que eu acostumar com a idéia eu acredito que vou gostar de verdade, mas é muito novo pra mim ainda. A notícia é que o Dan, vocalista da minha banda, amigo meu de anos e apenas 2 anos mais velho que eu vai se casar daqui apenas dois meses e dois dias. E além disso ele disse que vai ser Papai. Tem base?? Eu entrei em estado de choque, achando que a qualquer momento o Dan ia virar e falar que era brincadeira, pegadinha ou algo do tipo. Mas pelo visto não. É verdade mesmo. O Dan vira e fala pra mim e pro Pedrim que seremos Tios.
Já tem data de casamento marcado, data do "chá de ajuda nóis", já tem o nome da criança, o local onde eles vão morar. Ta tudo definido segundo o Dan. E ele vem e lança tudo junto, de uma vez, esse monte de informação.

Apesar do estado de choque e dos milhares de pensamentos isso só não seria motivo pra eu chorar assim. O luto e as mil idéias sobre morte, sobre vida, sobre Agosto também não seriam motivo pra eu chorar assim. Então que diabos aconteceu pra eu começar a chorar assim 'do nada' na frente de quem tivesse??
Eu juro que queria entender! Eu juro que QUERO entender!

Enquanto não encontro razão vou tentar dormir porque hoje é data especial. Aniversário da minha mãe. Tenho que estar disposta depois que acordar.
Boa noite pra quem fica!



Ah, mais uma vez a música "Água contida" da Pitty cairia bem.

Someone Like You

Mais cedo estava ouvindo músicas da Adele pelo youtube. Essa é uma das melhores. Resolvi deixar registrado.
Até mais!

sábado, 6 de agosto de 2011

"A dor faz tudo vir à tona e por isso é inspiradora..."

Lendo uma entrevista da Pitty para a revista Gloss agora resolvi postar alguns trechos. Muito interessante o que ela diz, a maneira de pensar. Admiro muito o trabalho dela e, em vários aspectos abordados nessa entrevista, concordo com ela. Olha ai:

"Demorei para admitir certas facetas minhas. Por exemplo: tenho um lado sombrio. Acho que todo mundo tem... A gente quer ser bacana sempre, mas não dá. Hoje sei que é normal ficar brava de vez em quando dependendo da situação. Já disse que dentro de mim moram um anjo, um demônio e uma pombagira, mas são apenas três dos meus infinitos lados."

Quando perguntada sobre se manifestar sobre os mais variados assuntos, sobre se posicionar ela disse:

"Faço isso porque sou uma cabeça pensante, não por ser artista. As pessoas têm que abandonar essa mania de deixar para os outros a responsabilidade pelo que acontece com elas! Quando você vira protagonista da sua história, assume a responsabilidade por tudo. Mas ninguém quer isso porque responsabilidade pesa."

E a melhor parte da entrevista é essa:
"A dor faz tudo vir à tona e por isso é inspiradora. Não sou do tipo que busca sofrimento, mas sou chorona. Chorar é sinal de que estamos vivos e temos emoções. É tão natural quanto rir. Pena que a felicidade virou quase obrigação e ser triste hoje é falha de caráter. Outro dia o Dani me disse: "Não fica assim triste. Vou fazer uma coisa para te alegrar". Eu respondi: "Mas eu quero ficar triste! Me deixa!" Sou intensa e não conheço o significado da paz. Para mim ela é um barco no meio do oceano sem vento que não vai para canto nenhum. Eu preciso que as coisas aconteçam. Ter paz deve ser muito chato."



Adorei as opiniões e a maneira como ela coloca essas idéias em palavras.
É Pitty, eu já percebi que te adoro e que te acho FODA!
:D



Já gostava MUITO dessa música e últimamente ando pensando muito nela. Ótima pedida pra esse texto e pros últimos dias...


"Eu chorando
Tão previsível quanto areia no deserto
Mais patético
Sem ninguém por perto
Tão intenso que não dá mais pra conter
Então saaaaaai, deixa correeer
Toda água contidaaaa
Então saaaaaai, deixa correeer
Toda mágoa velada é água parada
E uma hora transborda

Você pode não entender se às vezes fico pelos cantos
Um tanto quieta, recolhida, mergulhada no meu pranto
É que ele me liberta na hora
No momento em que eu boto pra fora
O que já não me serve vai embora
E assim, eu fico leeeveeeeeeeeeeee
"

"Viva todo seu mundo, sinta toda liberdade e quando a hora chegar volta."

Ontem tinha pensado, assim que fui deitar, em escrever aqui. Se eu pudesse voltar pro computador e escrever eu tinha feito. Mas, hoje, agora não me lembro nem qual seria o tema do texto.


Ah, lembrei do tema! Eu acho. Acho que era gratidão. Um dia volto a escrever sobre isso.
Agora só vou deixar o deixar o vídeo de uma música que eu gosto muito, já gostava há tempos e últimamente pensei nela num outro sentido. Essa música me lembrava o Raul, lembra ainda, agora me lembra a Rê tbm.
Lembrei de postá-la porque lembrei dela durante a noite de violão no boteco com os amigos. :)

Eu não conhecia o clipe só as imagens do show ao vivo. Acabei de ver quando tava procurando o link pra postar aqui. Achei uma gracinha. Muito bom!



"Viva todo seu mundo
Sinta toda liberdade
E quando a hora chegar, volta
Que o nosso amor está acima das coisas desse mund
o"


Por enquanto é só. Até!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

"Compreender a morte, enquanto fenômeno irreversível, universal e inevitável."

Eu tinha dito que todo dia iria escrever no blog, e que no dia que eu não tivesse nada pra falar iria postar o texto de um outro alguém.

Hoje eu estava desanimada pra escrever e até pra ler e procurar um texto legal pra postar aqui. Então continuei atoa na internet, jogando citeville e pensando na vida. No meio desses pensamentos começei a pensar sobre o Luto. O sentimento de Luto. Resolvi então fazer uma pesquisa na internet, procurar textos que falem do assunto pra ter um conceito e tentar entender melhor o que é esse sentimento.

Li de wikipédia a artigo científico, de teorias psicológicas a poesias e acabei me animando um pouco a escrever aqui.
E essa coragem de escrever veio pra eu tentar clarear um pouco os pensamentos que estou tendo sobre isso.

Vi várias definições de Luto e todas são bem similares mudando mais as palavras do que o conteúdo em si. Vou trazer então o conceito de Luto mais básico, do wikipédia:

"O luto é um conjunto de reações a uma perda significativa, geralmente pela morte de outro ser. Segundo Bowlby quanto maior o apego ao objeto perdido (que pode ser uma pessoa, animal, fase da vida, status social...) maior o sofrimento do luto. O luto tem diferentes formas de expressão em culturas distintas.
Entende-se por luto não somente a reação vivenciada diante da morte ou perda de um ser amado, mas também as manifestações ocorridas em outras perdas, como separações familiares, de amigos, conjugais. Lembranças de valores emocionais, como mudanças de casa e de país, remetem ao processo de luto. Frente à instalação destas perdas significativas, o luto é visto como um processo mental que as designa.
"


Pesquisando o Luto eu percebi que estive de luto mais vezes do que imaginava. Achava que tinha ficado de luto umas cinco vezes até hoje, contando a mais recente, mas percebi que já estive de luto muitas vezes mais. Luto pelos familiares perdidos, pelos conhecidos, pelos amigos, pelos amores, pelas fases passadas. Períodos curtos e longos de Luto, mesmo sem saber.

E, parando pra refletir, percebi que a maioria desses meus Lutos aconteceram/acontecem por antecipação. É. Sou expert nesse negócio de sofrer antecipado. Em um dos textos que li o autor dizia que o luto é superado de maneira mais rápida ou mais lenta de acordo com como ocorreu o rompimento e/ou morte, e se a pessoa enlutada teve um tempo de preparação, um 'luto antecipado'. Era algo assim. No momento que tava lendo pensei em mim. Nessa minha maneira de sentir e sofrer por antecipação. Ouço isso desde pequenininha: "Para de chorar menina! Ficar sofrendo por antecipação não vai adiantar nada, só vai te deixar mais velha. Chorar faz dar rugas mais cedo, sabia?"

E digo desse sentir/sofrer por antecipação porque, pelo que eu li, eu tô em uma dessas fases ou processos de luto. Mas é meio diferente. Porque não é tanto por mim, por minhas memórias, minhas lembranças, mas sim por outras pessoas por quem tenho um afeto enorme e estão definitivamente em um estado de Luto daqueles que levam um bom tempo pra passar. Estou enlutada por situações que ainda não vivi, por pensar "e quando for minha vez?" e outras suposições do tipo.

Os vários textos trouxeram algumas fases do Luto como o choque, a tristeza, o choro, o desânimo, a consolação, a superação e/ou o luto patológico.

Nesses últimos dias meu recolhimento, meu choro, minha tristeza nem tem sido tanto por mim, mas sim por ver tanta gente boa sofrendo assim sem entender direito o que aconteceu, sem 'cair a ficha' ainda, sem ter se conformado, enfim... por ver tanta gente querida de Luto também. Minha situação é mais um Luto compartilhado, entende?
Acho que não. Não sei se dar pra entender. Afinal, estou falando de sentimentos, de pensamentos e a gente nunca sabe o que se passa na cabeça e no coração dos outros.
Igual diz um trecho de um dos textos que li: "Para cada enlutado, sua perda é a pior, a mais difícil, pois cada pessoa é aquela que sabe dimensionar sua dor e seus recursos para enfrentá-la."

Outra coisa que foi recorrente nos textos é o período que leva o Luto. Não tem nada exato, mas dizem que em casos de perdas próximas e significativas as pessoas levam de 1 a 3 anos para a superação do Luto, isso dependendo de como aconteceu a perda. Achei interessante também dizerem que o primeiro ano muito importante devido as datas comemorativas, por passar pela primeira vez várias datas comemorativas sem a pessoa falecida.

Pensando nisso e lembrando de outros textos que eu vi escrevi aqui parece que minha vontede de que passe, e passe logo, não vai acontecer, pelo menos não tão cedo, não de verdade. Talvez aparentemente em pouco tempo tenha passado mesmo, mas pelo visto, no fundo, no fundo, a gente nunca sabe de verdade quando passa. Só quem sente pra saber.

E pra encerar esse texto vou deixar mais um trecho de um dos textos sobre luto:
"Passamos por essas fases de luto muitas vezes em nossas vidas, fazendo-se necessário olharmos para nós mesmos e reinvestirmos nossa energia, vivendo dia-a-dia até que tenhamos ultrapassado esses momentos difíceis. Podemos, no entanto, aprender a conviver com a dor, se o trabalho de luto for bem sucedido, pode levar a enriquecimento, transformando-a (sublimação) em um movimento positivo que possa ajudar ao mundo e a nós mesmos."

Que então esse processo de luto traga algo de positivo a mim, a eles e ao mundo. Amém!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Lua em peixes

Conheço pouco de astrologia. E o pouco que aprendi foi sozinha, por minha conta, lendo sites especializados e fazendo minhas próprias pesquisas.
Nessa onda de astrologia fiz meu mapa astral que diz que tenho Sol em Gêmeos, Ascendente Sagitário e Lua em peixes.

No início eu não tinha a mínima idéia do que isso significava, e pra falar a verdade, até hoje não sei muito bem. Não era de acreditar em astrologia. Começei a pesquisar por curiosidade e fui vendo o sentido disso tudo. Principalmente no perfil de cada signo. Incrível como batia, como dava certo, mas até então não tinha essa vontade de estudar astrologia. Passei a ter essa vontade e a maior curiosidade depois que um total desconhecido praticamente me descreveu a partir dos dados que dei acima (sol, lua e ascendente) em uma comunidade do orkut. Isso aconteceu tem tempo, foi lá em 2007 ou 2008.
Ele escreveu, baseado nos dados básicos do meu mapa astral, isso aqui:

"O Sol em Gêmeos faz com que você seja uma pessoa comunicativa.
O Ascendente em Sagitário traz idealismo, e não permite que você se engane quanto ao sentido da sua vida.
A Lua em Peixes indica que suas emoções fluem de acordo com o ambiente que a cerca. "

Você é uma pessoa muito imaginativa e intuitiva. Você é inteligente, tem grande capacidade de aprendizado e assimilação de idéias, pode ser boa em ensinar caso trabalhe isso. Seu campo é o mental e o espiritual, pegar no pesado não deve ser do seu agrado. Você é muito emotiva e está sempre compreendendo e tolerando as pessoas, mesmo que não seja recíproco. É muitíssimo generosa, (seja com bens materiais, seja com seu tempo) e tem grande capacidade de se sacrificar por quem gosta, em especial os amigos, que são assunto de Gêmeos. Não consegue disfarçar seus sentimentos e procura sempre não magoar ninguém. (Acho que você é a rainha do programas-de índio).
Três signos mutáveis juntos te fazem uma pessoa com muitos talentos (nem terá tempo de desenvolver a maioria). Você não permite que sua liberdade seja tirada de você, seus parentes já devem ter percebido (provavelmente quando você ainda era criança) que não adianta de nada dizer o que você deve fazer da sua vida. Talvez seu Ascendente te leve para o campo religioso um dia, onde você possivelmente se destacará.
"

Comunicativa?? Muito!
Idealista? Bastante.
Emotiva? Demais!


Achei inacreditável mesmo! Todo o texto faz sentido, inclusive os comentários do cara que escreveu. Então, a partir dai, passei a acreditar mais nessa história de astrologia, passei a estudar, pesquisar cada vez mais.
Nessas pesquisas descobri um site, o Personare, que além de fazer o mapa astral oferece gratuitamente um horóscopo personalizado.

Depois que passei a receber esse horóscopo personalizado no e-mail fui entendendo e acreditando cada vez mais na astrologia. As vezes leio um trânsito astrológico no seu início e acho bobagem. Depois de um tempo faço a leitura desse mesmo trânsito e vejo o quanto tudo aquilo fez/faz sentido. E isso não só comigo, mas com amigos também. Tenho registrado no site o mapa astral de uns sete amigos e, vez ou outra, acompanho o horóscopo deles também.

Últimamente descobri um curso de astrologia aqui em Goiânia, na Unipaz, com início em setembro. Quero fazer esse curso pra ver se passo a entender de verdade um pouco desse 'universo'. Recentemente também passei a 'justificar' pra mim algumas ações e pensamentos meus e de outras pessoas através da astrologia. Outra maneira de ver as ações, as pessoas, as relações e o mundo.


E escrevi isso tudo até agora pra fazer um comentário e não parecer tão idiota...



Lua em peixes, maldita lua em peixes! Me deixa tãão sentimental. Sentimentalisto que, aliás, não combina em nada com meu signo solar, Gêmeos, que é tããão racional.
A Lua é o 'planeta' que rege as emoções. Peixes é um signo mutável do elemento água, ou seja, regido pelas emoções também. Essa combinação da Lua no signo de peixes me trás traços de personalidade altamente emotivos, sentimentais.

E é assim que eu estou últimamente: sentimental. Mais do que sempre. E o melhor (ou não)... sem medo, ou sem TANTO medo de me mostrar sentimental assim.

Sempre fui do tipo de ter vergonha, de ter 'medinho' de chorar, de me expressar sentimentalmente. Principalmente na frente de outras pessoas. Maneira racional de ser... pensar sempre, sentir só de vez em quando (Gêmeos). Mas mesmo assim, vez ou outra não dava pra segurar e eu acabava chorando mesmo, fosse na escola, em casa ou em qualquer outro lugar. Também demorava muito pra falar pras pessoas, independente de quem seja, o quanto eu gostava/gosto delas. Por mais que eu seja comunicativa, na hora de falar de emocões eu sempre travei, independente da dimensão do sentimento, independente da pessoa. Sempre me segurei muito pra me mostrar sentimental assim.
E últimamente isso tem mudado. Aos poucos tem mudado. Tenho me expressado um pouco mais com as pessoas que eu gosto, e perdido um pouco desse medo, dessa vergonha de sentir e de sentir em público.

Nos últimos dias perdi a conta de quantas vezes chorei. E não tava nem ai se era na frente de um, de outro, ou de ninguém. Se tava sentindo, tava com vontade de falar, falava. Vontade de chorar, chorava. Vontade de abraçar, abraçava.

E agora vou levando assim. Não sei se essa mudança é por agora, se é por muito tempo, se é coisa natural do crescimento e da maturidade, se é evolução espiritual ou se é a tal da astrologia. Só sei que vem sendo assim, não sei até quando, mas esta sendo assim.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Eu gosto de pessoas inteligentes...

Eu gosto de pessoas inteligentes que enxergam o mundo com humor. Tem muitas pessoas em quem eu bato o olho e penso: deve ser legal ser amiga dele. É gente que não carrega o mundo nas costas, que fala olhando nos olhos, que não se leva tão a sério, que é franca na hora do sim e na hora do não. É difícil sacar as qualidades de uma pessoa sem antes conhecê-la, mas intuição existe pra isso. Tenho vários amigos que enriquecem minha vida e se encaixam no meu conceito de “pessoas especiais”, mas meu coração é espaçoso e está em condições de receber novos inquilinos."

[Martha Medeiros]


é bem assim mesmo. :)

sábado, 30 de julho de 2011

Como é difícil ver quem a gente ama sofrendo! (Texto 3 em 1)

Teoricamente hoje (02:26h do dia 30/07/2011) é sábado, mas pra mim ainda é sexta. Sendo assim, ontem recebi duas notícias tristes.

A primeira foi assim que acordei e liguei o computador. Como de costume entrei no facebook e a primeira coisa que leio é um recado de uma colega dizendo que o Renato, colega nosso de faculdade, faleceu na quarta-feira. A primeira reação foi um choque. Ele, tão novo, alegre, divertido e, de repente, morto? Não da pra acreditar fácil assim. Fui procurar mais notícias e aos poucos consegui. Descobri que ele morreu por uma meningite. Estava no Tocantins, passou mal por lá, ficou na UTI e acabou falecendo (não gosto desse termo: falecer). O corpo dele só chegou em Goiânia as 23h da quinta-feira.

A segunda notícia não foi dada logo de cara assim. Eram 12:50h quando meu telefone tocou. Eu estava prestes a ir almoçar e ainda buscando notícias do Renato. Era a Renatinha que ligava de um número que não tinha salvo no celular. Ela estava com a voz diferente, apreensiva. Mal disse oi e já perguntou se meu carro estava aqui em casa. Por um breve momento pensei que ela tinha visto meu carro passando numa avenida, que tinham roubado meu carro, mas não era nada disso. Eu disse que o carro estava aqui sim e logo ela perguntou se tinha como levá-la com uma tia até a vila aurora. Eu disse que sim, que tinha como, e comentei sobre o que pensei quando ela perguntou do carro. Ela disse que não era isso, e que era ainda pior. Estranhei muito mas não disse nada. Marquei de buscá-la naquela mesma hora. Desliguei o telefone, troquei de roupa e fui, sem ter a mínima idéia do que me esperava.
Sai até sem almoçar, e olha que o almoço tava pronto e tinha strogonoff.

Cheguei na porta do prédio da avó dela e ela já esperava na porta junto com a tia-avó. Ela de calça jeans, sandália e uma blusa verde, meio verde-água-escuro. Elas entraram no carro, clima meio pesado, e eu perguntei pra onde iriamos. Ela respondeu e o silêncio se instalou. Perguntei se eu devia ir rápido ou se podia ir de boa, ela disse algo tipo "tanto faz". E um pouco depois, ainda descendo a av. milão, ela me conta que o tio dela, o Élio, havia falecido. Foi esse o termo que ela usou.Foi o estado de choque número 2 do dia. E esse foi ainda mais chocante!
A Rê não me olhava, se manteve olhando pra frente, e eu dirigindo e olhando pra ela sempre que dava. Tentando não fazer as mil perguntas que passavam pela minha cabeça na hora. E assim foi por um bom tempo, sem que ela me olhasse nos olhos.
A gente chegou na casa da tia dela e enquanto a tia banhava e arrumava uns documentos a gente tentou almoçar (comemos pouquíssimo). Nisso o telefone da Rê não parava de tocar. E foi assim ao longo do dia. Chamadas, mensagens. Conversei um pouco com ela enquanto a tia arrumava, falei pra ela chorar lá porque tinha certeza que ela não ia querer se mostrar frágil diante dos outros familiares. E assim foi feito, por muito menos que um minuto, mas pelo menos ela extravasou um pouco.

Depois disso ao longo do dia eu a acompanhei em tudo, tentando ao máximo ser útil e discreta. Não atrapalhar nada nem ninguém. Fui na casa da tia, no IML, na casa da vó, na casa dela, comprei lanche e a fiz comer um pouco, fui ao cemitério e virei a noite lá. Estive com ela e com a família todo o tempo, até a volta pra casa no dia seguinte.

E ao longo desse longo dia me sensibilizei muito, não só com a Renatinha, mas com toda a situação e com toda a família. Eu também conhecia o tio, foi ele que levou a gente (a Rê, eu, a gorda e a Jú) pro rio vermelho em 2008. Passamos uns dias juntos lá, com a vó e o vô também. E, sem dúvida, senti a perda dele também; mas o que mais me sensibilizava ali era ver, tão de perto e sem poder fazer nada, a dor de todas aquelas pessoas queridas.
Aquela é uma família que eu acabei 'adotando' e fui sendo adotada também. É a vó que eu também chamo de 'vó'; o vô, que eu também chamo de 'vó'; a tia e o tio que são 'tios' meus também. Pela convivência acabou sendo assim. As vezes vejo mais alguns familiares da Rê do que os meus próprios. E ver esse tanto de gente boa, de gente especial e querida, sofrendo dessa maneira me partiu o coração.

Eu tentava ao máximo não chorar, mas tinha hora que não dava. Quando chegamos no apartamento da 'vó' e eu fui cumprimentando a família e, especialmente com a tia e a 'vó', não deu pra segurar o choro. Essas são cenas que eu não devo esquecer tão cedo (pra não dizer nunca). E também, nas poucas vezes ao longo dessas 24 horas, quando a Rê chorou, não dava pra segurar. É só ver ela chorando daquele jeito que, pronto, to chorando junto.

Graças a Deus foram pouquíssimas vezes que vi a Rê chorando dessa maneira. Eu gosto DEMAAAAIS dessa menina! É muito diferente, sabe? Chega a ser estranha a dimensão do sentimento que tenho por ela. É muito carinho, muito afeto, muito amor. É sentimento demais pra vê-la sofrendo assim. Vê-la sem aquele sorriso lindo no rosto, sem aqueles olhos brilhosos que quase se fecham quando ela ri. E o pior é não poder fazer nada. Absolutamente nada pra mudar a situação.

Eu só queria poder parar, um pouco que fosse, o sofrimento de todos ali. Especialmente da Rê, da 'vó', das 'tias' e dos 'primos'. Eram eles os que (aparentemente) estavam mais sensibilizados com a situação.
Deus sabe o quanto eu queria poder fazer algo! Poder dizer que ta tudo bem, que é trote, coisa de novela, produção hollywoodiana ou qualquer coisa do tipo. Qualquer coisa que desse um fim a tamanha dor e sofrimento. Mas, infelizmente não dava, não tinha nada a ser feito. Nada além de encarar a situação, dar apoio, tentar dar força, carinho, atenção. E foi isso que eu tentei ao máximo fazer ao longo (e bota longo nisso!) do dia.

Por mais que diretamente não doa tanto, ver a dor tão presente assim na vida de quem a gente gosta, acaba fazendo doer na gente também. E não é algo passageiro. É dor que marca, que não vai ser esquecida. Com o tempo eu acredito que ameniza, que outras situações vem e tiram o foco dessa, mas a marca vai ficar. Mesmo que, com menor intensidade, vai continuar doendo.

E digo isso pensando não só na Rê, mas também em outros amigos que perderam familiares, e também na falta que sinto dos meus.



Sabe o que eu pensei durante a madrugada do velório? Que vai demorar tempo, muito tempo, mas muuuito tempo mesmo, pra eu ver de novo a 'vó', a tia e a Rê com A-QUE-LE sorrisão. Aquele espontâneo de brilhar o olho e deixar ele pequeno, estilo 'japonesa'. Aquele de chegar faltar ar, sabe? Uma família, três gerações, que eu sempre vi tão alegres, engraçadas, sorridentes e, de repente, vejo naquele choro contido e incontido. É de cortar coração mesmo.
E, depois de pensar nisso eu espero, de verdade verdadeira do fuuundo do coração, que eu esteja errada. Esteja muito errada dessa vez.

Espero que passe, e passe logo, pra aquela alegria toda voltar a ser a rotina. :)





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E durante o dia, a noite, agora e por um bom tempo eu pensei, e continuo pensando, me perguntando "e quando chegar a minha vez? Quando for um familiar meu? Como vou reagir??"

Cada vez mais a morte ta rondando, chegando perto. E quando ela da as caras assim, sempre de repente, eu penso ainda mais nisso. E é pensamento que não acaba mais.


E tem sido assim esses dias.
Cansada? Pensativa? Sensibilizada? [ironia]Nãããão. Imagiiina![/ironia]






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Morte é um assunto que disperta minha curiosidade. E já tem um bom tempo que é assim. Tanto que já escrevi outras vezes aqui sobre esse assunto.

Acredito que boa parte de nós, seres humanos, não estamos preparados pra lidar com a morte. Seja a própria morte ou seja a morte de alguém próximo.
E eu acredito que não estamos 'preparados' por não pensarmos muito a respeito da morte. Por não encará-la. Por não pensar nessa situação, por não falar sobre isso, por não trocar idéia. Muita gente evita esse assunto, evita de pensar na situação da morte.

Nem sei se pensar nisso é o bastante pra se 'preparar'. Na verdade, na verdade, a gente nunca ta preparado pra morte. Mas penso que se 'Morte' não fosse tabu, fosse assunto mais discutido, talvez seria um pouco mais amena a reação quando ela bate tão de frente assim, tão perto.

Talvez essa serenidade (que vi pouquíssimas vezes) na reação a morte de alguém próximo esteja intimamente ligada a maturidade, a experiência (e, como já disse aqui no blog, pra mim experiência e idade não tem relação direta); e, principalmente, a como aconteceu a morte. Existem situações e situações, e em algumas delas acredito que não da pra se manter sereno assim. É realmente inconformável.

Eu espero um dia ter essa serenidade, essa aparente tranquilidade, pra encarar situações como essa. E espero, ainda mais, que isso não seja confundido com sentir menos ou não sentir. Acredito sim que é possivel sentir, e sentir muito, a falta, a morte de alguém e ainda assim manter-se centrado, sereno.

Cada um tem seu jeito de ser, de sentir, de falar ou não falar. E é preciso, antes de qualquer coisa, respeitar a maneira de cada um.

Que eu consiga, ao longo do tempo, chegar nesse nível de serenidade. Não só ao encarar a morte, mas em várias outras situações da vida.
Amém!


Não sei até quando duraria, mas, hoje, queria ser assim.





P.S.: Texto pronto as 04:40h. Duas horas e pouco escrevendo na madrugada.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Favores

Acabei de ler esse texto no site da Tati Bernadi e resolvi publicar.
É muito eu. Ou melhor, é muito eu a um tempo atrás...



Favores

"A ideia de hoje foi te pedir um favor. Eu escolheria algum texto que gosto muito e você leria pra mim. Sem oi, sem tchau, sem coisas feitas ou a fazer. Nada de você, nada da sua vida. Nada que constate a sua existência independente. Apenas a sua voz. Esse é só um dos absurdos que passam pela minha cabeça quando me salta você no peito. Como se meu coração fosse uma dessas caixinhas surpresas e você o boneco de mola pra assustar crianças. Elas se assustam mas riem e abrem de novo e de novo.
Acabei de ver Santiago, o documentário, e tive um acesso de choro daqueles. Ele escreveu sobre toda a aristocracia do mundo e isso arrasou comigo, amor. Arrasou. Ele era o garçom das festas, que você chorava. Uma pessoa que servia feliz a uma beleza triste. E no final, não sei se você viu o filme, mas ele quis contar algo pessoal e apressaram ele, cortaram, o que ele realmente queria dizer não tinha importância. E quase, quase quis te pedir um favor. Mais uma das minhas ideias. Pra você, por alguns minutos, só enquanto eu chorava demais, pra você fazer de conta que abismos não existem. E não existem mesmo, nesses segundos descabidos das horas que não entram no dia. Porque agora, nesse segundo que corri aqui pra te escrever, nesse momento não existe essa coisa de dia e de dois meses exatos. Existe só que vamos todos morrer então pra que mesmo o orgulho de sair ileso mais um dia. Mais um dia ileso. Como se não fosse cheios de feridas que raspamos com as costas das mãos as nossas roupas de guerra e dormimos em paz.
Outro dia tive uma ideia. A cada doze dias, perto das onze horas da noite, eu chegaria sem dizer nada e você também não poderia dizer nada. E então a gente só ficaria se lambendo um pouco. E aqui não tem nada de erótico não, é bonito isso que eu quero dizer. E depois acabava mesmo. E a cada doze dias de novo. E isso seria um contrato já que meu doentinho daqui da cabeça quer tanto. Pro resto da vida. E tudo bem pra você, vai. Sim, seria um contrato, mas olha que maravilha os outros doze dias sem nada. E seria só por uma hora. Então, tudo bem. Acho que você assinaria.
Hoje eu estava no estacionamento do aeroporto e fiquei seguindo as plaquinhas de saída e vi que é isso que faço melhor do que ninguém. São tantas as coisas que eu queria te falar e contar. E eu sigo fantasiando que você entende tudo e melhor que todo mundo. E isso acaba comigo mas, ao mesmo tempo, me tira um pouco da chatice burra e apática de sempre. E então, me vem a ideia de realmente te contar as coisas. E por isso escrevo. Porque se você entra aqui pra ler é você que, com todo o meu amor que você nem imagina, consegue sentir como sendo seu. E então é mesmo essa coisa maluca de eu me livrar do que eu nem sei se sinto pra você, sem nem saber se sente, sentir o que já estava aí esse tempo todo. A troca do absurdo. Nisso trocamos. O absurdo.
Hoje eu perguntei a um amigo. Você era feliz com ela? E ele disse: eu era muito feliz com ela. E muito triste. Sem ela eu não sou nem uma coisa e nem outra. Eu sorri e disse pra ele: eu prefiro a vida assim. Ele disse: prefere mesmo? Eu disse, comendo um pão de queijo: não, não prefiro, mas pelo menos, assim, eu consigo estar aqui com você pesando mais de quarenta quilos.
São, sei lá, duas e pouco da manhã. Passo boa parte de tudo sem doer, sem sentir tão forte. Às vezes nem parece que aconteceu. Mas o tempo todo, ainda, converso e te mostro tudo, o tempo todo. O tempo todo. O tempo todo. Não porque sou sozinha. Não porque era menos sozinha com você. Apenas porque apenas.
Lê pra mim um texto. Com a luz apagada. Quando alguém liga eu fico cheia dos risinhos idiotas porque tiro sarro de quem tenta falar algo e não sai como sairia se fosse você. O maior elogio que eu poderia fazer a uma pessoa era dizer assim: gosto de você além da minha imaginação, não porque aprendi a gostar, mas porque por mais que eu sonhe, você é ainda melhor que o sonho. Você é além da minha capacidade em te imaginar. E eu jamais te diria isso. Não posso te fazer esse elogio. Mas olha, ainda assim, olha eu aqui de novo. Porque você não é melhor que a minha imaginação, você não é melhor que a minha esperança, você, pra falar a verdade, é bem ruinzinho.
Mas é isso. Um filme com o maluco do fraque e das castanholas me emociona e pronto. O boneco salta da caixinha e espanca meu peito com cabeçadas duras e olhar macabro. A hora que não entra no dia. E eu mais uma vez preferindo não sair ilesa pra me sentir menos machucada.
Você pode, a cada doze dias, ler um texto, a língua, brincar do não abismo, qualquer coisa, só ler, continuar assim, só ler, não me esquece, por favor. Eu nunca vou esquecer você. Eu não soube o que fazer com você, mas sei o que fazer com o não você. Isso eu sei fazer e faço bem. Lembrar que era terrível e incrível. Terrível, meu amor, como poucas (ou nenhuma) coisas foram. Mas absolutamente incrível.
"

[Tati Bernadi]

terça-feira, 26 de julho de 2011

Me perdoe...

Esse trecho é de um texto chamado Buraco.


"Me perdoe pelas vezes que de tanto querer leveza acabei pesando a mão. De tanto querer sentir, pensei sobre como estava sentindo, e perdi o sentimento. Ou senti sem pensar e isso pra mim é como meus medos das drogas e então precisei roubar a chave do carro do seu bolso pra me proteger de não olhar mais uma vez você e nunca mais voltar pra casa. Minha maior dor é não saber fazer a única coisa que me interessa no mundo que é amar alguém. Me perdoa por eu querer de uma forma tão intensa tocar em você que te maltrato."

[Tati Bernadi]

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Mulherzinha

Decidi que todo dia vou postar no blog.

É, eu sei que ja falei isso antes, mas agora é pra valer. É que, nos dias que eu não tiver paciência e emocional pra escrever eu vou postar algum texto ou trecho de outro alguém. Tenho lido blogs, livros e separado alguns que acho interessantes.

Acabei de resolver isso lendo os textos do site da Tati Bernadi. Então, pra começar, um texto dela:



Mulherzinha

"Ligo antes das cinco pra não parecer que ele é a última opção da minha agenda. Dou três opções de restaurante e ele escolhe logo a primeira. Combino de passar umas oito e meia, mando uma mensagem quando estiver na esquina. Aviso que vou atrasar dez minutos. Embico na garagem pra ele não tomar chuva. Pergunto se o ar condicionado está muito forte. Dirijo com uma mão no volante e outra na perna dele. Elogio que ele aparou um pouco a barba, coisa que ele adora pois fui a única a reparar. O manobrista do restaurante abre primeiro a porta dele. Se assusta que é um homem onde eu deveria estar sentada. Entrega o papel do estacionamento pra mim, contrariado, enquanto meu parceiro já está bem distante. Escolho fumante pra agradá-lo mas por sorte sou informada que essas mesas não existem mais. Digo a ele que tudo bem, podemos ficar no frio, na parte de fora. Ele diz que ELE não está a fim de sentir frio e topa não fumar. Eu chamo o garçom e digo que para mim carne e para ele salmão. Eu escolho a taça de vinho dele, eu não vou beber porque estou dirigindo. Eu pego na mão dele, depois da taça estar quase no final, e pergunto se ele não quer ver a linda vista da minha sacada. Ele sufoca um bocejo charmoso e diz que sim. O garçom entrega a conta pra ele, que aperta os olhos pra enxergar com a lente embaçada. Eu ofereço ajuda pra ver os números e numa agilidade impressionante enfio meu cartão ali dentro e faço a carteira de couro desaparecer da mesa. Incluindo o ticket do estacionamento. Ele está com frio e ofereço meu cachecol novo. Ele elogia o perfume e continua com frio. Entendo que são duas aberturas para o abraço. O carro chega e a porta dele já está aberta pelo manobrista, a minha eu mesmo abro com dificuldade porque os carros tiram a maior fina do meu corpinho congelado. Morro de vergonha que o carro está com cheiro ruim, pra variar, o manobrista sacaneou. Abro os vidros e não digo nada pra não ser rude. Coloco música baixinha pra gente falar baixinho. Paro na farmácia pra comprar camisinha mas dou a desculpa que é um antigripal qualquer. Ele faz que acredita e espera dentro do carro comportadinho e sorrindo. O cara do caixa quer me lançar um olhar mas na hora tem medo de me encarar. Acendo as velas novas que ganhei. Coloco minha estrela azul na tomada que dá o clima perfeito. O cd novo do Beck. Ele está nervoso, comentando sem parar das minhas fotos e livros e cortinas. Eu faço ele parar de falar finalmente. Depois de tudo, ofereço levá-lo e me faço de ofendida quando ele cogita um taxi. Ele pergunta se pode dormir comigo, eu apenas sorrio e apago a luz. Ele acende a luz e pergunta se pode ligar pra avisar uma pessoa. Ele liga pra mãe, que não gosta muito. Ele volta envergonhado pra cama. Mas eu, educada, finjo que já estou dormindo. No dia seguinte eu ligo pra dar bom dia. Ele me avisa que vai viajar no feriado. Eu pergunto com quem e ele diz que aí já estou querendo saber demais. Ele volta a ser homem. Eu desligo e, aliviada, choro como uma mulherzinha."

[Tati Bernadi]




Essa história me lembra algo...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Menos

Hoje. Agora. Só agora. Eu queria menos. Pensar menos, sentir menos, ser menos.

Essa coisa de ser várias, pensar demais e sentir mil coisas ao mesmo tempo (típico de geminiano) é bom em diversos aspectos, mas chega uma hora que cansa. Por exemplo agora.

Talvez ser menos, nessas situações, seja o caminho pra ter mais. Ter mais segurança e 'certeza' daquilo que quero, daquilo que penso. Talvez assim eu fosse 'mais eu' e deixasse um pouco de lado os outros, não me importaria tanto. Talvez, se fosse assim, não teria essa de outro ponto de vista. É isso, é certo e ponto. Acabou. Menos dúvidas, menos incerteza, menos insegurança, menos preocupação... mais madrugadas de sono.

Por um dia, um diazinho que fosse, poderia ser assim. Só pra eu ter o gostinho, só pra saber como é.



E enquanto não da pra ser menos continuo assim... sendo várias e querendo sempre mais.

todos os espaços...

"Quando enfim penso que estou me acostumando, que estou te esquecendo, você ressurge de forma inesperada ocupando todos os espaços."

[Caio Fernando Abreu]

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Pode não parecer, mas...

"Sou frágil e estou frágil agora. Tenho passado por momentos não tão legais. Sei que vou superar, mas nem sempre acho força. Eu preciso muito agora de alguma ajuda, uma mão na cabeça, alguém que esteja ao meu lado."

[Clarissa Corrêa]


Durante uma conversa no MSN nessa noite de domingo a Rê me manda essa citação. Acho que vale a pena publicar, registrar.

Gosto quando aprendo

Sempre gostei de pessoas que pudessem me ensinar algo.
Gente mais experiente, que me mostrasse novos caminhos, novas perspectivas, novos conteúdos. Sempre. Seja pra amizade, seja pra romance. É sempre assim.
E só fui parar pra reparar nisso recentemente.

Tenho alguns amigos que gosto de chamar de Nerds. Os chamo assim pela maneira que estudam e que gostam de estudar; por gostarem de ter maior conhecimento pelas coisas; pelo que me ensinam, mesmo sem saber que estão ensinando; pela facilidade em absorver novos conteúdos; e também pela abertura a novas coisas. E, até me enquadro nesse 'perfil nerd'.
E foi pensando no quanto os meus amigos mais próximos são nerds que cheguei nessa conclusão.

Talvez por isso eu sempre tive uma queda por aqueles 'nerds', sabe? E, de preferência, aos que fogem um pouco do estereótipo. Os que além de inteligente são bonitos, ou, no mínimo, não são feios. Deve ser coisa de Geminiano mesmo, essa de achar inteligência algo afrodizíaco.

É esse o tipo que logo de cara chama minha atenção. Gente que gosta de conversar, independente do assunto. Gente que tem um ponto de vista, que fala, que debate, que ensina, que se mostra. Gente que não tem medo de falar do que sabe, e do que não sabe também... gente que não tem medo de aprender, e que quer sempre mais. Saber mais, viver mais.

E é rodeada de gente assim que eu fico bem; que eu expando meu horizonte; que percebo mais outros pontos de vistas, outras perspectivas; que aprendo sem precisar de escola, livro ou professor. Como dizem por ai "somos professores de nós mesmos". E acredito que são nas relações onde a gente aprende mais. Aprende mais conteúdo, desenvolve o raciocínio, aprende sobre sentimento, aprende sobre arte, aprende como se faz e, principalmente, como não se faz. É na convivência que eu vou me fazendo, e me conhecendo e me reconhecendo no outro.

O início dessa percepção foi em 2008, mais precisamente no carnaval, depois de uma longa conversa com a Loirinha. Naquele dia eu começei a perceber o quanto eu aprendo com meus amigos, com outras pessoas. O quanto uma conversa pode revelar outras perspectivas, outra maneira de ver e entender as coisas, outra visão de mundo. O quanto uma ou mais conversas podem ser muito mais educativas e inspiradoras do que todo o tempo que passei em escola e faculdade.
E, de lá pra cá, venho, de tempos em tempos, refletindo isso.

Gosto de conversar, compartilhar experiências, e, talvez por isso, gosto mesmo é de quem tem conteúdo. E que não tem medo de mostrá-lo. Quem tem experiência e fala dela, sem medos; quem aconselha.

Meus amigos mais próximos, meus amores, são esses. É gente que conversa, conversa, conversa, fala, ouve, aprende, ensina, muda de idéia. Gente que sente, e sente muito, sente forte. Gente que tem sua opinião firme, convicta, mas mesmo assim ouve e respeita a do outro. São pessoas que mudam também. Que mesmo com seus medos, seus erros, seus vícios e suas virtudes, (quase) sempre estão dispostas a ouvir, a aprender, a mudar. É gente que fala do que sente, do que viveu, do que aprendeu. É gente que compartilha experiência.

E experiência é uma coisa que geralmente esta ligada a idade. "Mais experientes" geralmente remete a pessoas mais velhas. Eu, há um bom tempo, parei de fazer essa relação. Acredito que tem muita gente, bem mais nova que eu, que tem muito mais experiência que eu em diversos assuntos, da mesma maneira que eu posso ter mais esperiência em certas coisas do que a minha avó por exemplo.




E fica aqui o meu muito obrigada a todos que, de uma forma ou outra, me ajudaram a ser o que sou hoje. A esses que se aproximaram, se mostraram, se deixaram ver; que ensinaram e aconselharam na maioria das vezes sem saber; que compartilharam as experiências, o tempo, a vida, a memória.

E que Deus permita que eu continue a compartilhar a minha vida, a vida dos meus amores, as memórias. Que eu continue a encontrar gente interessante, inteligente e disposta. Amém!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sentir falta. Sentir saudade...

Sentir saudade é diferente de sentir falta?

Há quem diga que sim, há quem diga que não.
Eu acredito que sim, que é diferente. Como diz um amigo meu "coisas diferentes tem nomes diferentes", e saudade é diferente de falta.

Sentir falta, pra mim, é sentir vontade de estar perto, de estar presente, de saber da vida, de ver essa outra pessoa fazendo questão da sua presença, perceber o outro preocupado mesmo que não haja motivo pra preocupação. É interesse, vontade de saber. É, na verdade, querer ter de volta aquilo que aconteceu um dia e hoje não acontece mais.

Saudade é diferente, saudade é mais amplo, é menos pontual. Acho que está ai a diferença.

A Saudade é mais abrangente. É contínuo. Pode ser de gente, de animal, de uma viagem, de um lugar, de um sentimento, de um tempo que passou, de você mesmo ou até disso tudo junto.

A Falta não. Sentir falta é pontual. É de algo específico, é de alguém específico. É sentir falta daquele tipo de conversa, daquele jeito de olhar, da maneira de arrumar o cabelo, da brincadeira que exista só entre você e essa pessoa, do apelido que só sua turma sabia, do passeio que só acontecia com aquela pessoa ou naquela determinada situação.

Só se sente falta daquilo que se teve um dia e hoje não se tem mais. Saudade não. Saudade acontece mesmo que o objeto de que se tem saudade (seja pessoa, coisa, sitação ou sentimento) ainda exista, ainda esteja perto e presente. A falta quer de volta, quer por perto. A saudade é mais livre, pode existir sem querer que aconteça de novo, sem querer por perto. Saudade indica que foi (ou esta sendo) bom, sem pesar por ter passado, ou por estar mudando. Falta é pesado, quer de novo a todo custo, mesmo sabendo da impossibilidade de acontecer. A falta reconhece que passou, que acabou, que não volta mais. A falta é a certeza do fim.

Já ouviu a expressão 'matar a saudade'? Aposto que sim. Já ouviu alguém dizendo que vai 'matar a falta'? Eu nunca ouvi. A saudade ainda trás, de alguma maneira, a esperança do reencontro. A falta não mais. Saudade é saudável, a falta é doentia.



As vezes eu sinto saudade e sinto falta da mesma pessoa. As vezes sinto só um ou só outro. Hoje, por exemplo, eu matei a saudade da Rê (ela passou uns 10 dias fora de Goiânia viajando) mais continuo sentindo falta dela; muita. E ultimamente me percebi sentindo falta de algumas pessoas. Assim, no plural.

É assim que eu ando, sentindo falta ao invés de saudade. E, depois de filosofar sobre os dois sentimentos, me reconheci numa situação ainda pior do que eu me imaginava. É o reconhecimento de que acabou. Passou o tempo. Já foi minha vez. A relação mudou, e, pelo menos pra mim, (por enquanto) mudou pra pior.



Que essa falta seja, aos poucos, no meu tempo, trocada pela saudade.

Amém!