quarta-feira, 22 de maio de 2013

Identificação - Mapa Natal


"Mapa astral

05 de setembro de 201067
Fiz duas vezes meu mapa astral. Uma vez, ainda adolescente, aqui em Porto Alegre, com uma moça que não recordo, faz tempo à beça e nada me ficou. Anos mais tarde, fiz com uma paulista que nunca cheguei a conhecer pessoalmente, mas lembro do nome: Eliane Lobato. Mandei meus dados pelo correio e pelo correio recebi uma fita K-7 (crianças, nem adianta insistir que não vou explicar o que é), onde ela narrava muita coisa sobre mim, tudo assombrosamente correto. Tanto que, ao ouvirem a fita, meu pai e minha mãe também fizeram os seus mapas, e de novo ela acertou na mosca. Isso foi por volta de 1987. Adoraria ter esse material ainda, porém eu morava sozinha na época e meu apartamento foi assaltado num feriado em que eu estava viajando. Levaram o aparelho de som com a fita dentro.
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Passados mais de 20 anos, resolvi fazer novamente meu mapa astral, dessa vez com a talentosa Gugu Bastian. Estive com ela essa semana e se eu ainda mantinha algum resquício de ceticismo, ele evaporou. A movimentação e influência dos planetas é coisa séria.  Nosso papo valeu como uma sessão de psicanálise.
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Na primeira parte da "sessão", ela me deu uma breve explicação sobre astrologia (tudo gravado, no final ela entrega o CD). Bom, eu sou Leão com ascendente em Capricórnio, lua em Sagitário e meio céu em Virgem. E então ela começou a falar sobre o que tudo isso significava, como me afetava. Meus pontos fortes, meus pontos fracos. Vou dar uma palinha pra vocês.
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Pontos fracos: sou excessiva onde coloco meu afeto, tenho dificuldade em me desapegar e chego a temer a intensidade dos meus sentimentos. Sou um tango argentino (palavras dela). Além disso, sou bastante crítica com os outros e comigo mesma. Rigorosa ao extremo.
Pontos fortes: sou comprometida com tudo o que faço, tenho uma atitude generosa em relação à vida (honro o fato de ter nascido usufruindo o melhor que a vida dá), minhas exigências pessoais são simples, tenho uma energia ansiosa que é bastante produtiva, me preocupo em me expressar de forma cristalina (não só escrevendo, mas em todas as minhas relações cotidianas) e minha casa é meu refúgio, não sou muito social, e sim doméstica e introspectiva. Não sei se isso é um ponto forte, não foi assim que ela catalogou as coisas, simplesmente me jogou todas as informações juntas, eu é que fiz, comigo mesma, essa diferenciação. Mas realmente prezo meu canto e considero um ponto a favor o fato de não ter muito talento para a performance que a vida coletiva exige.
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Ela falou bem mais, fiz um breve resumo.
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Achei interessante também ela dizer que fui conservadora quando criança, a legítima CDF, e que hoje, madura, sou uma anárquica. Isso talvez não transpareça em meus textos, e também não no meu modus vivendi, mas sei que essa inversão internamente se deu. Construí uma sólida base de lançamento pra mim, quando criança, e só quando senti que estava segura, já adulta, me permiti me divertir pra valer.  Hoje tenho um espírito meio riponga. Ela inclusive falou algo que eu nunca havia me tocado: não levo em conta as hierarquias, não distingo ninguém de ninguém, todos para mim são iguais. Isso explica por que, quando tive um cargo de diretoria, há muitos anos, na época em que era publicitária, me dei mal. Apesar de leoninos serem considerados líderes natos, essa não é minha praia. Tenho horror à arrogância. Verdadeiro horror. E, segundo ela, por essa mesma razão, não me sinto confortável quando me dão muita importância. Claro que o ego e a vaidade agradecem, mas não levo nada disso a sério.
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Meu raio x, turma.
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Depois dessas explanações, começou o melhor da festa: as previsões. Não se trata de dizer o que vai ou não vai acontecer, não existe bola de cristal e nem é esse o propósito do trabalho, ela apenas fala em tendências, em favorecimentos cósmicos - ou desfavorecimentos. E aí foi incrível, porque ela praticamente descreveu certas dificuldades atuais minhas, falou sobre as razões de certas coisas estarem indo bem e outras estarem retrógradas, enfim, bateu exatamente com o meu momento. A boa notícia é que os astros se movimentam, e assim também a vida: nada permanece muito tempo como está.
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Terminada a gravação, ela ainda cedeu um tempo para falar sobre meus afetos mais íntimos, e aí meu queixo caiu, pois, apenas com as datas de nascimento, ela falou de pessoas bem próximas a mim com uma sapiência quase chocante, parecia que ela conhecia cada um. Me deu toques importantíssimos sobre o convívio com elas. Saí de lá mais leve e confiante.
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Sei que muita gente acha tudo isso uma baboseira e eu respeito, já fui uma cética radical, mas isso na época em que era mais infantil e conservadora... Hoje me permito acreditar. Não só nas influências dos planetas, mas acreditar em algumas conspirações que não são científicas, provadas, documentadas. Simplesmente acreditar que há algo além da nossa racionalidade extrema. Se não servir pra nada, ao menos é mais divertido viver assim.
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Beijos e boa semana!

Postado por Martha Medeiros, às 12:14."

Precisava guardar esse texto. Por isso ta postado.

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